08 julho, 2010

Marina chama de 'vexatória' revisão de programa do PT

Para Marina, primeira versão do programa causou 'desconforto' no PMDB.
Candidata do PV participou de encontro com aliados em Belo Horizonte.
Da Agência Estado

Marina lançou comitê suprapartidário em Belo
Horizonte (Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo/AE)
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, classificou nesta quinta-feira (8) como uma situação "vexatória" a revisão feita às pressas no programa do PT entregue à Justiça Eleitoral e criticou o que chamou de "aliança pragmática" de seu ex-partido com o PMDB.Para Marina, a primeira versão do programa do PT causou "desconforto" aos peemedebistas. O programa protocolado primeiro foi aprovado em convenção nacional do PT em fevereiro. A candidata Dilma Rousseff assinou a proposta, mas alegou que ela foi enviada por engano ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Não quero ficar fazendo a picuinha, eu quero discutir o que é grande para o Brasil, mas mesmo um episódio como esse é revelador das coisas. Talvez mesmo ali estivesse o programa do Partido dos Trabalhadores, mas o grupo da coligação botou o pé embaixo mesmo depois do programa protocolado, rubricado. Foram lá e tiraram", disse a candidata do PV, durante discurso para aliados em Belo Horizonte. "É só para mostrar que quando as alianças não são feitas com base num conteúdo programático a gente às vezes passa por situações vexatórias como essa."
Citando apoio de lideranças suprapartidárias, já que o PV não fez coligação com outras legendas, Marina afirmou que optou apenas por alianças programáticas. "Me parece que houve um desconforto do PMDB em relação ao programa que foi protocolado. E aí quando você tem a possibilidade de apresentar o teu programa, discutir com a sociedade e protocolar o programa que você acha que é o melhor sem que ninguém fique fazendo embargos ao programa, é menos vexatório", reforçou depois a candidata, em entrevista.
O assunto também foi explorado pela coordenadora do comitê suprapartidário de Marina em Minas Gerais, a ex-deputada federal Sandra Starling, petista histórica, que deixou recentemente a legenda insatisfeita com a imposição do nome do senador Hélio Costa (PMDB) como candidato ao governo do Estado pela base aliada. Segundo ela, não houve equívoco e o PT, ao protocolar o programa original, buscou manter a "coesão interna" com a esquerda do partido. "Afinal de contas, qual é o programa? Se está assim antes, imagina se houver o depois. Acho que isso foi uma pequena amostra de uma coisa não inteiramente colocada, não transparente."
Políticas sociais
A candidata do PV também criticou o que chamou de "briga" entre Dilma e o presidenciável tucano, José Serra, pela paternidade e o compromisso com as políticas sociais, como o programa Bolsa Família. Na opinião de Marina, trata-se de "insegurança" de quem não tem no "DNA" o "compromisso com os que não podem, não sabem e não têm, para que um dia possam, saibam e tenham". "Em política pública não tem essa história de pai, nem de mãe, nem de tio e nem de avô. É política do Estado, do cidadão", afirmou.
No encontro com os aliados, Marina voltou a dizer que não pretende entrar no "vale tudo" para chegar ao poder, pregou a necessidade de mais investimentos em saúde e educação e mais uma vez atacou a aprovação em comissão especial da Câmara dos Deputados do projeto de lei que altera o Código Florestal Brasileiro e flexibiliza as regras para a preservação ambiental. Ela já disse que caso seja eleita presidente vetará a proposta.

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