23 junho, 2011

Irã prende aliado de Ahmadinejad por corrupção, diz agência

 
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A polícia iraniana deteve nesta quinta-feira um dos aliados de Mamhoud Ahmadinejad, informou a agência de notícias semi-oficial Fars, aparentemente mais um golpe dos rivais para enfraquecer o presidente.
Mohammad Sharif Malekzadeh é aliado do controverso chefe de gabinete de Ahmadinejad. Ele foi acusado de corrupção, segundo a Fars.
Mais a linha mais conservadora da política iraniana acusa Malekzadeh de fazer parte de uma "corrente desvirtuada" de aliados de Ahmadinejad que tenta diminuir o papel do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, promovendo ideais seculares. O chefe de gabinete de Ahmadinejad, Esfandiar Rahim Mashaie, é acusado de chefiar esta corrente.
Malekzadeh nega as acusações.
"Malekzadeh foi preso há algumas horas e logo um comunicado vai ser divulgado para detalhar sua prisão", diz a Fars, sem mais detalhes.
Os políticos linha-dura, que apoiaram a polêmica reeleição de Ahmadinejad em 2009, forçaram Malekzadeh a renunciar como vice-chanceler na terça-feira (21). Malekzadeh diz ter renunciado para proteger o chanceler Ali Akbar Salehi do impeachment.
A queda de braço entre o presidente e a linha dura dentro do próprio governo começou em abril, depois de Ahmadinejad ter contestado o veto do líder supremo à demissão do ministro da Informação, próximo dos ultraconservadores.
Analistas políticos dizem que a rixa entre Ahmadinejad e seus oponentes mais conservadores está cada vez mais profunda, incluindo políticos e clérigos da velha guarda. O presidente fica cada vez mais exposto e enfraquecido para os dois últimos anos de sua Presidência.
Mas poucos especulam que o aiatolá Khamenei permitirá o impeachment de Ahmadinejad para não desestabilizar o governo diante de uma economia enfraquecida e da onda de revoltas do mundo árabe.
Ahmadinejad sofreu ontem outros dois reveses. No mesmo dia, teve uma indicação para outra pasta barrada no Parlamento e soube que este não aprovará sua proposta de fundir os ministérios do Petróleo com o de Energia, e do Trabalho com o de Bem-Estar.
Parlamentares pró-aiatolá assinaram ainda uma carta exigindo a destituição do próprio chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, outro aliado do presidente.
Outra indicação do governo recusada pelos parlamentares foi a de Hamid Sajjadi, designado para assumir o novo ministério de Juventude e Esportes, cuja criação já foi polêmica.
Segundo a agência estatal Irna, 137 deputados votaram contra, 87 a favor e 23 se abstiveram. Ahmadinejad já havia pedido que os parlamentares aprovassem o nome de Sajjadi mesmo discordando do novo ministério.
Em tempos de confronto com os aliados de Khamenei, o apelo foi em vão.
Ontem, o deputado Hasan Nuruzi, do Comitê de Energia da Câmara, também garantiu que o projeto de Ahmadinejad de fundir ministérios não passará no Parlamento. "O assunto da fusão foi excluído. Estes dois ministérios (de Petróleo e de Energia) continuarão seu trabalho de forma independente", afirmou.

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