18 abril, 2012

O Pato Donald pode ficar de fora

"É a última Cúpula sem Cuba", ouviu Obama de Dilma. Ou Havana participa ou a América Latina se reunirá sem os EUA. Foto: Brendan Smialowski/AFP
Em 1939, o fim da influência britânica nas Américas estava consumado, mas os EUA estavam longe de garantir a herança. Franklin Roosevelt teve de fazer sua parte para conquistar corações e mentes na América Latina. Reconheceu a nacionalização das petroleiras anglo-americanas no México, ajudou Getúlio Vargas a criar a Vale do Rio Doce e a CSN com as reservas de ferro expropriadas ao empresário estadunidense Percival Farquhar e até encomendou à Disney a animação Saludos Amigos!, de 1942.
Com o fim da guerra e do Eixo, Washington tornou-se tão hegemônica no Hemisfério Ocidental que não pediu mais desenhos animados sobre a América Latina e em 1950 extinguiu como supérflua a Quarta Frota, criada em 1943 para patrulhar as águas latino-americanas. O continente era seu quintal. A Guatemala podia servir de cobaia de experiências com sífilis que mataram pelo menos 83 entre 1946 e 1948, enquanto o Brasil era forçado a importar quinquilharias para liquidar as reservas acumuladas na guerra, romper relações com a União Soviética e pôr os comunistas na ilegalidade. Desobedientes teriam o destino de João Goulart em 1964 ou Salvador Allende em 1973.

Antonio Luiz M. C. Costa

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