30 maio, 2012

Lula nega versão da Veja sobre encontro com Gilmar Mendes


Em comunicado oficial, Lula nega ter pressionado Gilmar Mendes sobre o julgamento do mensalão, como sustenta a revista da Editora Abril. Foto: José Cruz/ABr
Em nota oficial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta segunda 28 a suposta conversa reservada entre ele e o ministro do STF Gilmar Mendes. A conversa, segundo a publicação da Editora Abril, seria uma sugestão de proteção a Mendes na CPI do Cachoeira em troca de apoio para adiar o julgamento do Mensalão – Mendes tem relações com Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), senador lobista do bicheiro Carlinhos Cachoeira no Congresso Nacional.
Diz a nota da assessoria do ex-presidente: “Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.”
O encontro com Mendes ocorreu fortuitamente no escritório do ex-ministro de Lula, Nelson Jobim, mas, segundo as partes envolvidas, a discussão levantada pela Veja nunca existiu.
No sábado 26, ao ser questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o episódio, Jobim reagiu: “O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão.”
O ex-ministro do STF Sepúlvedas Pertence também foi citado na revista como um interlocutor de Lula junto à ministra do STF Cármen Lúcia. Diz a Veja: “Lula revelou (na reunião com Gilmar Mendes) que encarregaria o amigo Sepúlveda Pertence de conversar sobre o processo com a ministra Cármen Lúcia, do STF.” A conversa teria o objetivo de pressionar também Cármen Lúcia a adiar o julgamento do Mensalão até que este prescrevesse.
Nesta segunda-feira, também Sepúlvedas Pertence negou ao site Direito Global ter recebido qualquer pedido do tipo de Lula. “Particularmente sobre matéria da revista Veja, o ex-presidente da República jamais me falou sobre o chamado processo do “mensalão”: ele sabe que eu não me prestaria a fazer pedido à ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, nem ela aceitaria qualquer conversa mi nha a propósito. Por esse respeito mútuo, é que somos tão amigos.”, diz Pertence.

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