20 setembro, 2012

Robinson Faria crítica Governo: "Melhor fechar as portas"

Divulgação
Robinson Farias
A situação da Saúde Pública no Estado e a denúncia que deve ser apresentada pelo Conselho Federal de Medicina e pela Federação Nacional dos Médicos contra o Governo do Estado à Corte Interamericana de Direitos Humanos, a primeira na história do Rio Grande do Norte, colocam a gestão da governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, em xeque. Pelo menos, na opinião do vice-governador, Robinson Faria, do PSD. Em entrevista nesta quarta-feira a O Jornal de Hoje, Robinson não poupou críticas e avaliou: "Se uma governadora médica não consegue gerir a saúde pública, é melhor o Governo fechar as portas". 
A declaração forte de Robinson Faria, porém, não significa que ele defenda uma intervenção federal no Rio Grande do Norte. "Não sei a validade legal disso. Contudo, acredito que uma medida como essa é uma transferência de responsabilidade. Um Governo Estadual tem obrigação de gerir a Saúde Pública em seu Estado. E mais: A Saúde Pública é uma das principais obrigações de uma administração, uma de suas principais responsabilidades, assim como Educação e Segurança", ponderou Robinson Faria.
 
Para o vice-governador, inclusive, a Saúde Pública é uma responsabilidade que todas as gestões estaduais, apesar da condição da rede hospitalar no Rio Grande do Norte ser uma referência negativa nacional. "Infelizmente, nosso estado é o pior do Brasil no que diz respeito a Saúde Pública e quem diz isso são os médicos. Faltam estrutura, profissionais, medicamentos. Tudo! E essa situação fica ainda mais feia por se tratar da gestão de uma médica. Como os outros estados conseguem administrar a Saúde Pública e o RN, gerido por uma médica, não consegue?", questionou.
 
Contribuindo para a campanha de vários candidatos do PSD no interior do Estado, Robinson Faria revelou também que se a situação da Rede Pública Hospitalar em Natal é grave, no interior do Estado é igualmente difícil ou "ainda pior". "Os hospitais do interior do Estado estão iguais ou pior que os de Natal. Falta tudo lá também. O de Pau dos Ferros, por exemplo, a situação é tão grave quanto o Walfredo Gurgel (em Natal). Isso, por sinal, contribui para o caos na capital. Porque o Governo não investe o suficiente nos hospitais regionais, consequentemente, as pessoas continuando recorrendo apenas ao Walfredo Gurgel, mantendo o Hospital superlotado". 
 
Com uma afirmação como essa, o vice-governador termina por descaracterizar o discurso da governadora Rosalba Ciarlini, que no início da semana culpou a Prefeitura de Natal pela superlotação no Walfredo Gurgel. Para a gestora estadual, o aumento considerável de pacientes nos corredores esperando atendimento era consequência da paralisação no atendimento na Capital. 
 
RECURSOS
Como observador do Governo do Estado desde o início da gestão Rosalba Ciarlini, Robinson Faria afirmou também que o problema da Saúde Pública no Estado é consequência da falta de prioridade da gestão DEM. "A prova de que a Saúde não é prioridade está no relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que apontou que o Governo gastou mais com publicidade do que com investimento na Saúde", comparou Robinson Faria, ressaltando que mesmo o gasto total com saúde da administração Rosalba (somando a verba para investimento e custeio) não foi suficiente. 
 
"Está claro que não foi suficiente. A gestão estadual deve a todo mundo. Não tem dinheiro para comprar material de limpeza para os hospitais, que é o mais básico possível", denunciou Robinson Faria. Realmente, faltam recursos para o custeio. Em análise das contas públicas disponíveis no Portal da Transparência, do Governo do Estado, é possível constatar que os "restos a pagar" da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) representam a maior quantia das unidades gestoras estaduais. São mais de R$ 63,7 milhões que a Sesap deve a fornecedores, conveniados e servidores.
 
Por isso, segundo o vice-governador, para resolver o problema da Saúde Pública, seria preciso duas ações imediatas (que nada tem a ver com intervenção federal): repensar toda a política trabalhada para gerir a saúde pública atualmente e aumentar a verba para investimento e custeio, "porque elas claramente não estão sendo suficientes".

Por T.Lemos

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