O RN possui
hoje, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 14
usinas eólicas construídas cuja capacidade de operação chega a 395,2
mwh. Além destas, o estado conta com outras 44 usinas em construção, que
podem gerar até 1.143,8 mwh.
Ao fim do atual ciclo de construções o
estado terá um total de 58 parques eólicos com capacidade instalada de
praticamente 1.540 mwh.
Esses números, porém, ainda não dão conta
do volume total de investimentos programados para o setor. Segundo o
último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no RN o
estado conta com 78 usinas eólicas em diferentes fases de implantação.
Algumas delas já estão construídas, outras em construção e ainda um bom
número aguardando a licitação das obras.
As usinas eólicas a serem instaladas no RN
e listadas no PAC demandarão investimentos da ordem de R$ 9,4 bilhões
entre 2011 e 2014. Será o maior pacote de investimentos realizados no
estado nesse período. Nenhum outro conjunto de investimentos no RN
demandará tantos recursos quanto a instalação das usinas eólicas.
O litoral norte do estado, notadamente em
João Câmara e Parazinho, irá liderar os investimentos em energia eólica
no RN. Segundo os números da ANEEL (que conforme vimos ainda não são
completos pois não dão conta daqueles investimentos que estão em fase de
preparação para o início da construção), em João Câmara serão
instalados 16 parques eólicos com capacidade de 412,6 mwh. Em Parazinho
se localizarão outros 13 parques cuja capacidade de geração chegará aos
374 mwh.
O setor eólico no estado enfrenta hoje
um problema para escoar a energia gerada. Falta a construção, por parte
da CHESF, de linhas de transmissão ligando os parques eólicos à rede de
distribuição. A empresa tem prometido que até o final do ano esse
problema será resolvido.
Infelizmente, apesar do RN vir se
constituindo em um dos principais polos de geração eólica do país,
costumo dizer que nós ficamos com a “costela” da cadeia de geração
eólica. Mesmo com todos esses investimentos e com o grande volume de
equipamentos necessários para a construção desses parques o estado não
conseguiu atrair uma única fábrica produtora desses equipamentos. Todos
os insumos de alto valor agregado utilizados para construção dessas
usinas estão vindos de fora.
O principal fator limitante para não
termos atraído tais indústria foi a falta de um porto com localização
adequada para a movimentação de tais cargas. Dadas as dimensões dos
equipamentos envolvidos o porto de Natal (no centro da cidade) não
possui condições operacionais para a entrada e saída desses
equipamentos.
Como resultado disso teremos que o impacto
do setor na economia estadual será relativamente limitado e restrito ao
período de construção dos parques. Após a construção dos mesmos a
capacidade destes de geração de empregos e tributos é bastante limitada.
Salvo o pagamento aos proprietários dos terrenos onde irão se localizar
as torres de geração, o impacto na economia local fica bastante
reduzido após a usina eólica ser construída. Primeiro porque ela emprega
muito pouca gente, depois porque a energia elétrica gerada não é
tributada via ICMS na geração, o tributo incide no consumo. Portanto,
não sobrará nem empregos nem tributos desses parques.
Caso tivéssemos atraído indústrias de
equipamentos, essas gerariam emprego, renda e tributos para os cidadãos
potiguares. Além disso, não estava restrito ao período de construção dos
parques. Tais indústrias teriam como mercado o mundo inteiro.
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