Sem forças no Congresso para aprovar uma intervenção militar imediata
na Síria, o presidente dos EUA, Barack Obama, faz um discurso na Casa
Branca para tentar convencer sua nação de que o ataque químico na Síria é
sim de interesse americano e que Bashar al-Assad deve ser punido pelo
bem da segurança nacional de seu país. No início do discurso, ele
reforçou que resistiu a pedidos de intervenção, até que o ataque químico
nos subúrbios de Damasco mudou o cenário da guerra civil.
- Eu resisti a pedidos de uma intervenção militar, pois não podemos
resolver a guerra civil dos outros com o uso da força. A situação mudou
em 21 de agosto, em um ataque com armas químicas contra a população
civil. As imagens deste massacre são revoltantes.
O pronunciamento também vai esclarecer que um possível ataque contra o
território sírio deve ser bastante limitado em termos de duração e
extensão, sendo muito menor que as investidas no Iraque ou na Líbia.
Obama também deve reconhecer a oportunidade diplomática oferecida
pela Rússia para evitar a ação militar, na qual o governo de Assad deve
aceitar deixar seu arsenal de armas químicas nas mãos da comunidade
internacional.
No entanto, o presidente não deve deixar de alfinetar Moscou,
afirmando que o governo de Vladimir Putin só começou a cooperar com mais
firmeza quando a possibilidade de ataque contra a Síria se tornou
iminente.
Apesar de defender com veemência uma ação na Síria, Obama não
conseguiu o apoio em peso dos parlamentares americanos. Na Câmara dos
Representantes, 149 membros - em maioria republicanos - afirmaram que
não concordariam com o uso da força contra a Síria, enquanto 102
indicaram que não aprovariam uma intervenção. No total, seriam 251 votos
contra a ação, bem mais dos que os 217 necessários para vetar uma
resolução.
No Senado, 38 parlamentares estão propensos a votar não à resolução.
Apenas 23 legisladores afirmaram estarem a favor da intervenção,
significando que 28 dos 39 indecisos teriam que votar "sim" para que a
ação fosse aprovada.
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