27 dezembro, 2013

ENTIDADES INTERNACIONAIS APÓIAM ÍNDIOS BRASILEIROS CONTRA A COCA-COLA

A Coca-Cola  está prejudicando a luta territorial dos índios Guarani no Mato Grosso do Sul

Oxfam e Survival estão apoiando a luta dos Guaranis do Mato Grosso do Sul
Os Guaranis do Brasil vêm solicitando à Coca-Cola que ela deixe de comprar açúcar da empresa gigante do agronegócio dos Estados Unidos Bunge, que está envolvida em um escândalo de apropriação de terras indígenas. Um informe recente, da Oxfam, revela que a Coca-Cola está adquirindo açúcar da empresa que, por sua vez, compra cana-de-açúcar de terras dos Guaranis invadidas para produzir biocombustíveis, que segundo a entidade internacional Survival estão manchados com sangue indígena. Um porta-voz dos índios declarou a esta entidade: "A Coca-Cola deve deixar de comprar açúcar da Bunge. Enquanto essas empresas se beneficiam, nós nos vemos forçados a conviver com a fome, miséria e assassinatos”. Os 370 Guaranis da comunidade deJata Yvary, no estado brasileiro do Mato Grosso do Sul vem perdendo a maior parte de suas terras ancestrais para as plantações invadidas por produtores que vendem cana de açúcar para a Bunge, ficando condenados a viver em uma diminuta parcela de terra completamente ilhada por essas plantações. Os índios padecem de problemas graves de saúde como resultado do uso dos pesticidas nestas plantações. Eles lamentam a perda de sua florestas, de onde obtinham alimentos, plantas medicinais e refúgio. Arlindo, líder de Jata Yvary, explica ele mesmo esta situação de sofrimento: "Os proprietários de terras estão destruindo quase tudo, nossa fruta nativa, nossos recursos. Espalham pesticidas de aviões. As crianças ficam com dor de cabeça e vomitam”...Os Guaranis são o outro lado da crescente demanda mundial de biocombustíveis. A maior parte da terra das tribos foram roubadas e ocupadas por proprietários de terra ruralistas, que utilizam como pasto para o gado e para a produção de soja e cana de açúcar. Os líderes guaranis estão sendo perseguidos e assassinados sistematicamente enquanto lutam por seus direitos territoriais. A situação desesperadora que atravessa a tribo levou muitos de seus integrantes a se suicidarem: há registros de uma taxa de suicídio 34 vezes superior à média nacional do Brasil. Ambrósio Vilhava, Guarani conhecido internacionalmente por sua interpretação no premiado filme (destaque no  Festival de Veneza) Birdwatchers que debate a realidade indígena, foi último líder assassinado no começo deste mês.
A Coca-Cola se comprometeu recentemente com a política de tolerância zero daOxfam, diante da acumulação de terras e a "reconhecer e preservar os direitos das comunidades e povos tradicionais para manter o acessoa à terra e aos recursos naturais”. A Survival pediu à Bunge para que deixe de comprar cana de açúcar procedente das terras guaranis, se comunicou com a Coca-Cola e pediu, repetidamente, às autoridades brasileiras para que demarquem as terras indígenas dos Guaranis com a máxima urgência, antes da Copa do Mundo de 2014.  Stephen Corry, diretor da Survival Internacional, declarou hoje que: "As empresas multinacionais são mestres em desviar as críticas com promessas de mudanças, mas sua política não serve de nada quando esta não é acompanhada de ações concretas. Para levar a sério o compromisso da Coca-Cola, a empresa deve deixar de comprar açúcar proveniente da Bunge. Enquanto o acordo com essa empresa perdurar, a promessa da Coca-Cola contra a acumulação de terras não tem sentido”.


A terra indígena de Jata Yvary está sendo invadida e explorada pelo grande agronegócio

O assassinato na região do índio Guarani e ator Vilhava repercutiu na Europa


Fontes: www.site.adital.com.br
             www.brasildefato.com.br
             http://folhaverdenews.blogspot.com

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