26 fevereiro, 2014

Com linhas de transmissão operando, sete parques eólicos se preparam para funcionar no RN


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Sete dos 32 parques eólicos que estavam parados por falta de linhas de transmissão começam a operar a partir de março. Funcionamento consolida RN como provedor de energia.
21.02.2014, Fonte: Renata Moura, Sara Vasconcelos, Tribuna do Norte, Natal/RN
Sete dos 32 parques eólicos que estão prontos para funcionar há quase dois anos, mas permanecem parados no Rio Grande do Norte, por falta de linhas de transmissão, começarão a ser testados a partir de amanhã com  perspectiva de iniciar operação em março. A previsão é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 
Uma linha de transmissão em João Câmara está pronta para conectar as eólicas ao Sistema Interligado Nacional. Juntos, os parques têm capacidade para gerar 204 Megawatts (MW) de energia – que já tem mercado garantido, considerando que essa energia foi contratada em leilões federais. Os 25 parques restantes, que continuam à espera de linhas de transmissão, devem começar a operar entre abril deste ano e março de 2015, segundo previsão da Aneel. 

De acordo com o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e do Sindicato das Empresas de Energia do RN (SEERN), Jean-Paul Prates, a entrada em operação desses parques é a consolidação do estado como provedor de energia.

Atraso
A maioria das linhas de transmissão, que são de responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), deveria ter ficado pronta em julho de 2012, segundo a Aneel. As obras, porém, atrasaram.

O descompasso entre o término das obras de instalação dos parques eólicos e o atendimento das obras de transmissão, prazos previstos nos contratos, custou ao governo federal R$ 444,7 milhões, entre julho de 2012 e dezembro de 2013, se considerados apenas os 32 parques eólicos do Rio Grande do Norte que foram concluídos, mas ficaram sem gerar energia devido à falta de linhas de transmissão. Isso, porque as empresas passaram a ser remuneradas, o que era previsto em contrato.
“Os contratos previam a remuneração (dos investidores) a partir da operação comercial das centrais eólicas. A Aneel criou regras para aferir se as empresas geradoras comprovadamente estavam em condições de operação e para que, atestada essa situação, fizessem jus à receita contratada”, disse a Agência, por meio da assessoria de imprensa.

A Aneel chegou a multar as transmissoras em aproximadamente R$ 12 milhões  e autorizou o ajuizamento de demanda judicial para reparar “lesão” sofrida pelos consumidores em razão do atraso. Segundo a Aneel, houve lesão porque a demora na entrada em operação comercial das instalações de transmissão impede o escoamento da energia produzida pelas eólicas e a receita recebida por essas geradoras é paga pelas distribuidoras. “Todo custo que as distribuidoras têm com compra de energia são repassados para as tarifas nos processos de reajustes tarifários anuais”, explicou ainda.

Bate papo - Jean-Paul Prates 
Presidente do Cerne e do Sindicato das Empresas de Energia do RN (SEERN)

O que significa o início desses testes, para a oferta de energia e economia do estado?
O Rio Grande de Norte deixa de  ser final de linha para ser  provedor regional de energia e  vai desafogar o sistema de redes de transmissão.  Para o mercado local é o coroamento deste trabalho e, principalmente, a sinalização para os futuros parques que aqui virão, de que este gargalo, que eram os linhões de transmissões, o não ter como escoar a energia produzida, estará sanado. Esse gargalo não existirá mais. O sistema é importante porque vai escoar essa geração e garantir novos investimentos.

O que acrescenta em termos de geração, esses sete novos parques?
Com a adição desses novos parques este ano (ele fala não apenas dos sete, mas do conjunto) e mantendo-se constante a geração das outras fontes de energia que atuam no estado,  o RN chega a uma potência instalada total  de aproximadamente 1,67 GW, com aproximadamente 70% de geração eólica, quebrando assim o seu próprio recorde de estado com a maior matriz eólica do Brasil. Teremos 1,63 GW que vão começar a entrar em operação com os testes desse sábado. A energização  é gradual. O mais importante é que libera o que está pronto desde 2012 e que passa a operar, gerar. As demais linhas foram aceleradas e deverão sair ainda esse ano e regulariza a situação futura.     

Qual o reflexo dessa geração em meio a crise energética e especulações de “apagão” no país?
Essa energia nova entra no período de seca, quando temos mais ventos e é complementar. O fato dos linhões não estarem prontos e as usinas operando desde o ano passado contribuiu para a escassez de energia. E essa geração agora assegura que o ano que vem não terá essa situação de risco de desabastecimento. Se estes parques estivessem operando no tempo correto teríamos menos pressão nas bacias hidrográficas.
Chesf energiza Subestação Extremoz (RN) 

Assessoria Chesf

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) realizou, no dia 16/02, a primeira etapa da Subestação Extremoz II, no Rio Grande do Norte. A energização da Subestação de João Câmara acontecerá em breve.


Esses empreendimentos permitirão a incorporação da geração eólica da região de João Câmara/RN ao Sistema Elétrico, acrescentando a geração de energia proveniente de fontes renováveis.

No Rio Grande do Norte, as obras compreendem duas subestações e duas linhas de transmissão de 230kV. 


As subestações de Extremoz e de João Câmara, além das linhas de transmissão Extremoz/João Câmara, de 83,6 km de extensão, e Natal/Campina Grande, seccionamento de 16 km, vão permitir o aproveitamento da energia e garantir confiabilidade no atendimento à população. Os investimentos nessas obras foram de R$ 153,3 milhões.

"Esse foi um trabalho bastante desafiador, tivemos que contar com uma equipe multidisciplinar para garantir com que a obra fosse concluída, tendo em vista as questões fundiárias. A Empresa só tem a agradecer o empenho de todos, o apoio da população e das autoridades, que se esforçaram para que esse empreendimento se tornasse realidade", disse Marcos Aurélio Madureira.
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