26 fevereiro, 2011

Depois da vitória, Dilma aplicará remédio amargo dos cortes


O governo de Dilma Rousseff adiou o anúncio dos cortes no Orçamento de 2011 para não atrapalhar a mobilização de aliados em torno da proposta do Planalto para o salário mínimo. Encerrada a etapa do Senado, com a sanção do texto nos próximos dias, a equipe econômica está pronta para detalhar o enxugamento nos gastos, pré-estabelecido em R$ 50 bilhões e anunciado no último dia 9.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia previsto para o fim de semana seguinte o detalhamento dos cortes em cada ministério, na administração federal e nas emendas parlamentares. O Congresso incluiu nada menos que R$ 21 bilhões na previsão de gastos para este ano. Deste total, pelo menos R$ 18 bilhões, isto é, perto de 86%, serão cortados.

O Planalto acaba de obter vitória importante na Câmara e no Senado, com a aprovação do mínimo no valor estipulado pela área econômica, além da fixação das regras para reajustes futuros do piso. Tudo graças ao apoio de aliados, que comprovaram a maioria folgada de Dilma: mais de 60% na Câmara e mais de 70% no Senado.

Os governistas, que foram levados a apoiar uma proposta antipática aos olhos da opinião pública e enfrentaram a dura oposição das centrais sindicais, agora verão suas emendas cortadas e devem amargar a frustração de promessas feitas às suas bases eleitorais. Será o segundo teste para a base aliada e, possivelmente, o mais amargo dos dois.

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